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Chefe de direitos humanos da ONU condena "cerco" israelense a Gaza e tomada de reféns por militantes

10 out 2023 - 12h07
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Os ataques aéreos israelenses em retaliação aos ataques surpresa dos militantes do Hamas contra Israel no fim de semana atingiram prédios residenciais e escolas em toda a Faixa de Gaza, disse o chefe de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Volker Turk, nesta terça-feira, alertando que os "cercos" são ilegais de acordo com o direito internacional.

Turk também condenou "os horríveis assassinatos em massa cometidos por membros de grupos armados palestinos" e disse que o sequestro de reféns pelos militantes é proibido pelo direito internacional.

Os ataques aéreos de Israel - os piores nos 75 anos de história do conflito com os palestinos - também atingiram "as instalações da agência de assistência e trabalho da ONU, a UNRWA (agência de refugiados palestinos da ONU)", segundo declaração do escritório de direitos da ONU, acrescentando que havia civis entre os mortos e feridos.

Israel prometeu "vingança poderosa" depois que o ataque do Hamas deixou suas ruas repletas de corpos. A mídia israelense disse que 900 pessoas foram mortas nos ataques e que a maioria era civil, enquanto cerca de 700 habitantes de Gaza morreram em ataques israelenses, de acordo com autoridades de Gaza, com distritos inteiros em Gaza arrasados.

As forças de defesa de Israel disseram na plataforma de mídia social X que as aeronaves atingiram alvos militares, incluindo locais de armazenamento e fabricação de armas.

A missão diplomática de Israel em Genebra criticou a declaração de Turk.

"Ele não consegue condenar aqueles que realizaram os ataques (Hamas) como terroristas", afirmou.

Turk disse que a "imposição de cercos por parte de Israel que colocam em risco a vida de civis, privando-os de bens essenciais para sua sobrevivência, é proibida pelo direito humanitário internacional".

"Isso corre o risco de agravar seriamente a já terrível situação humanitária e de direitos humanos em Gaza, incluindo a capacidade de funcionamento das instalações médicas, especialmente à luz do número crescente de feridos", afirmou ele, acrescentando que um cerco pode equivaler a "punição coletiva".

Tais atos podem ser considerados um crime de guerra, esclareceu posteriormente a porta-voz de Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, em uma coletiva de imprensa em Genebra. As conclusões do escritório de direitos humanos da ONU foram baseadas em uma análise do material disponível, inclusive de seus próprios monitores em campo, disse ela.

Cerca de 187.500 pessoas fugiram de suas casas em Gaza, disse um porta-voz do escritório humanitário da ONU na mesma entrevista, alertando sobre a escassez de água e eletricidade.

O porta-voz da Organização Mundial da Saúde Tarik Jašarević afirmou que 13 ataques a instalações de saúde em Gaza foram confirmados por seu serviço de monitoramento desde o início das hostilidades, sem dar detalhes.

A organização estava trabalhando em um corredor humanitário para a Faixa de Gaza, mas os estoques de suprimentos médicos já haviam se esgotado, disse ele.

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